Esqueleto humano de 10 mil anos é encontrado no Brasil; descoberta pode mudar o caminho das pesquisas
Ele viveu no Vale do Ribeira, no sul do estado, perto do Paraná
• Atualizado
Luzio: esse é o nome dado ao esqueleto humano mais antigo já encontrado em São Paulo. O mais velho paulista viveu há cerca de 10 mil, no Vale do Ribeira, no sul do estado, perto da divisa com o Paraná.
Uma análise do genoma do esqueleto mostra que ele descende da mesma população que viveu no continente americano há 16 mil anos e que deu origem a todas as populações indígenas atuais, como o povo tupi.
Essa é uma descoberta que pode mudar o caminho das pesquisas sobre as origens dos primeiros habitantes do continente americano.
O crânio de Luzio tem traços africanos e é parecido com o de Luzia, o fóssil humano mais antigo da América do Sul, com cerca de 13 mil anos.
Até agora, pesquisadores achavam que Luzia pudesse pertencer a um outro povo que teria chegado às Américas por fluxos migratórios.
Mas a nova descoberta revela que o povo de Luzia não morreu. Quem explica é um dos coordenadores da pesquisa, André Strauss, professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
A pesquisa mapeou os sambaquis do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo. Sambaquis são os sítios arqueológicos mais conhecidos do Brasil. São grandes montes de concha e peixes que eram usados como abrigo, depósitos e cemitérios.
Luzio foi encontrado em um sambaqui fluvial, o Capelinha, na bacia do rio Jacupiranga, em uma zona de transição entre o planalto e o litoral.
Já o estudo da USP é financiado pela FAPESP e foi publicado nesta segunda-feira pela revista científica Nature Ecology And Evolution.
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