Especialistas questionam Censo da população em situação de rua, em SP
O relatório apontou que 32 mil pessoas estariam em situação de rua na cidade. O índice, no entanto, pode ser ainda maior.
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Especialistas questionam a metodologia adotada no Censo da População de Rua 2021, realizado em São Paulo. O relatório apontou que 32 mil pessoas estariam em situação de rua na cidade. O índice, no entanto, pode ser ainda maior.
O número teve alta na capital paulista nos últimos dois anos. Com a redução da atividade econômica por conta da pandemia, houve piora na condição financeira e empregabilidade. O aumento foi confirmado pelo Censo da População de Rua, divulgado em 23 de janeiro. Segundo o levantamento, houve um crescimento de 30% em relação à pesquisa feita em 2019. Os dados apontam que 96,44% das pessoas são nascidas no Brasil. Do índice, 39,2% na capital paulista. Em seguida, aparecem brasileiros vindos de outros estados, com 40,94%. Ao todo, 70,8% são pretos ou pardos, com idade média de 41 anos.
Brasileiros que sobrevivem em condições precárias, sem acesso ao banheiro, água encanada e que dormem embaixo de viadutos, entretanto, não teriam sido contabilizados pelo relatório. “Temos 66.553 pessoas cadastradas no CadÚnico. Se essas pessoas estão cadastradas na prefeitura, como o censo dá uma quantidade menor?”, questionou Robson Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua em São Paulo.
Para o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral de Rua, não dá para contabilizar apenas quem está na rua ou abrigo. “Nenhuma entidade independente dá credibilidade a esse número. Antes e depois do início do censo, nós conversamos com o prefeito, com o secretário de assistência social e com a própria empresa, que disse que tem ‘expertise‘, mas ‘expertise‘ em não fazer o censo direito”, afirmou ao SBT.
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