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Conscientização

Escolas de Joinville fazem ações para marcar Dia da Consciência Negra

Por meio de vivências, interações os os alunos e profissionais da unidade escolar podem não só aprender sobre o continente africano, o processo de escravidão no Brasil

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Prefeitura de Joinville/ Reprodução
Foto: Prefeitura de Joinville/ Reprodução

Neste mês, quando ocorrem ações para celebrar o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, as escolas são enfeitadas com desenhos, esculturas e outros trabalhos artísticos que buscam valorizar as raízes africanas de grande parte da população brasileira. O estudo dos conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira, no entanto, não se limita a um único mês: ele faz parte do currículo no ano inteiro desde a promulgação da Lei 10.639, que garantiu a obrigatoriedade da temática no currículo escolar oficial, em 2003.

Na Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello, no bairro Itaum, a educação antirracista virou um projeto institucional batizado de “O seu olhar melhora o meu”. Por meio de vivências, interações e brincadeiras, os alunos e profissionais da unidade escolar podem não só aprender sobre o continente africano, o processo de escravidão no Brasil e a cultura africana e afro-brasileiras, mas também debater e refletir sobre diversidade cultural, dominação étnico-racial e igualdade.

“Buscamos, com isso, gerar propostas que despertem a consciência crítica de maneira significativa, valorizando e respeitando as diferentes histórias e culturas de cada menino e cada menina. A história dos africanos e afrodescendentes precisa ser mostrada por novas óticas que não se restrinjam à visão de subalternidade e escravidão” explica a diretora Ilma de Souza Alves.

Foto: Prefeitura de Joinville/ Reprodução

Entre as atividades já realizadas em 2021, estão uma roda de conversa com as alunas e as funcionárias sobre a beleza dos cabelos crespos e o trabalho de pesquisa sobre personalidades negras, dos heróis no combate à escravidão no Brasil a artistas, atletas e cientistas contemporâneos, como a biomédica brasileira Jaqueline Góes de Jesus, uma das responsáveis por sequenciar o DNA do coronavírus.

A cientista, inclusive, já marcou uma conversa com os alunos da escola joinvilense para o mês de dezembro. A professora e historiadora Luana Tolentino, uma das biografadas pelos alunos, também entrou em contato com a direção da escola e enviou seus livros autografados. A programação da Mostra Pedagógica “O seu Olhar Melhora o Meu” ocorre entre 22 e 26 de novembro, dentro da unidade escolar e para o público interno.

Na Escola Municipal Prefeito Nilson Wilson Bender, no bairro Paranaguamirim, a temática da cultura africana e afro-brasileira também é trabalhada de forma transversal, com interdisciplinaridade, durante o ano inteiro. A diretora, Verônica Rodrigues de Oliveira, explica que os conteúdos não são tratados apenas em disciplinas como história ou geografia, mas até mesmo em atividades das aulas de matemática, para que façam parte da rotina dos estudantes.

Neste ano, os alunos de primeiro ano do Ensino Fundamental aprenderam a dançar o maculelê, uma manifestação cultural praticada na Bahia pelos trabalhadores africanos escravizados desde o século XVIII, e que com o passar do tempo incorporou também elementos indígenas e europeus. Já os alunos do quinto ano ensaiaram músicas africanas. Nesta sexta-feira (19), estas turmas realizaram uma apresentação cultural para os colegas com estas montagens.

Entre os outros estudantes, os conteúdos seguiram a faixa etária: os alunos dos anos finais pesquisaram a geografia do continente africano, enquanto os mais novos desenvolveram trabalhos como as bonecas Abayomi, inspiradas no trabalho da artesã maranhense Lena Martins.

“Houve uma turma que estudou a história de Zumbi dos Palmares, o homenageado do dia 20 de novembro, e os alunos ficaram maravilhados com a trajetória dele. Mostramos pessoas negras que são destaque, e com isso as crianças podem se inspirar e romper barreiras do preconceito. Podem entender que elas também podem realizar conquistas”, analisa Verônica.


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