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Em média, uma pessoa desaparece a cada quatro minutos no Brasil

Governo lança Plano de Busca de Pessoas Desaparecidas em parceria com Instagram e Facebook

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Reprodução/SBT News
Foto: Reprodução/SBT News

As famílias que têm parentes que sumiram ganharam um aliado importante. O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou na quarta-feira (30), o Plano Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. Só este ano, foram mais de quarenta e dois mil casos. Em média, um registro, a cada quatro minutos.

O filho de dona Loveane Dias desapareceu há sete anos. “Eu quero uma resposta, né? Eu quero saber se ele tá vivo, se teve um óbito, nós queremos saber pra tirar essa angústia”, ela diz. 

Willian sumiu depois de sair de casa para entregar currículos. Ele fazia o primeiro ano de direito e tinha vinte anos. A família registrou o boletim de ocorrência e chegou a ir até o Instituto Médico Legal para tentar reconhecer o corpo do filho. Em 2021, a mãe coletou o próprio DNA para ajudar na busca.

A ONU, Organização das Nações Unidas, instituiu 30 de agosto como o Dia Internacional de Combate ao Desaparecimento Forçado de Pessoas no Mundo. Para marcar a data, dezenas de mães, participaram de uma manifestação no centro de São Paulo. Ivanise Esperidião da Silva é a fundadora da Associação Mães da Sé. A filha dela desapareceu há vinte e oito anos. A menina tinha treze anos. “A única coisa que me mantém viva é a certeza que a minha filha está viva em algum lugar desse planeta, meu coração de mãe diz que a minha filha está viva”, diz ela. 

Entre 2019 e 2021, mais de duzentas mil pessoas desapareceram, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em média, são 183 registros, por dia. 56% desses cidadãos foram localizados. Nesse período, 87 mil casos ficaram sem resposta. A maioria dos desaparecidos é do sexo masculino, negro, e tem entre 12 e 17 anos.

Em Brasília, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou o Plano de Busca de Pessoas Desaparecidas em parceria com a Meta, dona do Facebook e do Instagram. As plataformas vão enviar alertas aos usuários com fotos e informações, principalmente de crianças e adolescentes, para ajudar na localização. O projeto, que já funciona em trinta países, vai ser implantado inicialmente no Distrito Federal, Ceará e Minas Gerais. “Nós vamos criar as condições para consolidar o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas e estender a todos os estados”, diz o ministro Flávio Dino. 

Enquanto não vira realidade no país inteiro, a família do Willian e de milhares de brasileiros, convivem com a dor. “Existe o vazio imenso na vida da gente, é imenso”, diz Sebastiana Coimbra Dias, avó de Willian.

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