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Especialistas esclarecem dúvidas sobre volta às aulas mais segura

Milhões de estudantes do ensino básico retornam às escolas em meio à escalada de casos de covid-19

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom
Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom

Milhares de crianças e adolescentes voltam, nesta semana, às aulas presenciais. Para poder matar a saudade dos colegas e professores, porém, o processo de organização dos materiais, livros e uniforme ganhou um novo momento: escolha da máscara que vai ser utilizada no dia.

A nova peça do uniforme veio acompanhada de um frasco de álcool em gel e de muitos cuidados para evitar a contaminação pela covid-19. Em meio à alta transmissão da variante Ômicron no Brasil, estudantes, pais e professores estão receosos com o retorno do ensino básico às atividades presenciais.

SBT News ouviu duas infectologistas para tirar as principais dúvidas no retorno presencial às aulas do ensino básico. Confira: 

1. É preciso esperar que a criança tome as duas primeiras doses da vacina para voltar às aulas presencialmente?

É o recomendado, mas não obrigatório. A infectologista da clínica Quality life e do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Joana D’arc Gonçalves da Silva afirma que a situação de menor risco seria que as crianças retornassem às aulas após as duas doses de vacina contra a covid-19 e no prazo de duas semanas após o segundo imunizante. “Esse seria o ideal, mas só o fato delas estarem se mobilizando, do governo ter ofertado a vacina para crianças, já é algo que vai reduzir bastante os prejuízos e os danos. É preciso ter cuidado para não se infectar e nesse intervalo.”

Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, não é preciso esperar que as crianças tomem as duas doses de vacina para voltar às aulas presenciais. “A escola é considerada como atividade essencial. Claro que cada família deve pesar seu benefício, mas ao pensar que a criança não pode frequentar a escola, ela também não pode ir aos parquinhos, brinquedotecas e shoppings, o que a gente sabe que não acontece”, destaca a médica. Com escolas tomando os devidos cuidados e crianças utilizando as máscaras corretamente, o risco é até menor do que uma criança frequentar o shopping, explica Ana Helena. 

2. Se a família tem algum caso suspeito de covid-19, o que fazer? Se der positivo, qual a recomendação? E se der negativo? 

Uma das recomendações é que se a criança ou adolescente tiver algum sintoma de covid-19 não deve ir para escola e precisa ficar em casa para cumprir o período de isolamento. De acordo com a infectologista Joana D’arc, quem é sintomático transmite por um período mais prolongado. “Com um tempo de isolamento de 10 dias há ainda 5% de chance de transmissão, agora quando estende para o período de isolamento de 14 dias esse risco de transmissão cai para 1%”, destaca a infectologista. 

A médica explica que as escolas devem estar preparadas para períodos maiores de isolamento de estudantes e que o ensino híbrido deve ser mantido, além da testagem de todos os colegas de sala de um aluno que testou positivo para a covid-19. “É preciso ver a estrutura de cada escola e como organizar esse processo de trabalho para testagem e para isolamento e aula à distância para não ter prejuízo para os estudantes”, ressalta. 

Um pai, mãe ou responsável positivo para a covid-19 em casa deve avisar a escola,  afastar o aluno, avaliar e depois testar a criança, como explica a infectologista Ana Helena Germoglio. “Se der positivo, a criança deve ficar afastada, se der negativo, o protocolo manda a criança permanecer em casa”, explica. 

3. Quais sintomas devem ser observados para a criança não ir à escola?

Tosse, febre, cansaço, fadiga e/ou dor de garganta são os sintomas mais comuns de uma doença respiratória. No entanto, a infectologista Joana D’arc relembra que muitas crianças contaminadas com covid-19 são assintomáticas. Para a médica é importante que pais e responsáveis estejam atentos aos sinais e sintomas leves das crianças e se possível, testar. Além disso, a infectologista relembra que além da covid, a influenza é outro vírus em circulação. 

4. Qual é o tempo de isolamento para estudantes infectados com covid-19? É diferente para crianças?

Segundo a infectologista Joana D’arc, o tempo de isolamento é o mesmo para adolescentes e crianças e varia de 5 a 14 dias dependendo dos sintomas e do resultado do teste. Em 10 de janeiro, o Ministério da Saúde reduziu para sete dias o isolamento de casos leves e moderados de covid-19 que não apresentem sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24h e sem o uso de antitérmicos. 

5. Se houver caso de covid-19 na sala, quais são os procedimentos? Todos devem ser testados? Aulas suspensas?

Não necessariamente todos devem ser testados e as aulas suspensas, destaca a infectologista Ana Helena Germoglio. “Cada escola tem a liberdade de fazer seu próprio protocolo, mas uma vez que não haja detecção de nenhum surto no colégio, não necessariamente as crianças precisam ser todas testadas ou suspensas”, explica. Cada escola deve ter seu protocolo de testagem ou de suspensão das aulas ou de adoção de aulas remotas, explica a infectologista. 

Ana Helena Germoglio destaca ainda que melhor que fazer a suspensão das aulas e a testagem de todos, é preciso focar na prevenção. “Estimular a vacinação de todos na escola, não somente dos alunos, mas professores e outros funcionários. Garantir o uso correto da máscara e a ventilação em todos os ambientes”, conclui. 

6. Comprovante de vacina deve ser exigido nas escolas para retorno presencial?

A infectologista Ana Helena Germoglio explica que o comprovante de vacinação já é solicitado pelas escolas das outras doenças que fazem parte do Plano Nacional de Imunização (PNI), mas não é obrigatório. No entanto, assim como a infectologista Joana D’Arc, as duas defendem que a exigência da caderneta de vacinação para o retorno presencial poderia ser uma vantagem para a redução do número de possíveis infectados com a covid-19. 

7. Quais são as principais orientações para pais e responsáveis?

Segundo a infectologista Joana D’arc, é preciso que os pais e responsáveis primeiramente imunizem seus filhos com as duas doses da vacina. Além disso, a médica ressalta para adaptações comportamentais na hora de ir para a escola. “É uma rotina para o antes e depois da escola. Antes de ir para escola é preciso separar um kit com máscaras para trocar a cada 3 ou 4 horas, se possível, identificar as máscaras para não ter trocas na escola. Colocar dentro deste kit um frasquinho de álcool em gel para higienizar as mãos e limpar superfícies que mais tocam como celular e objetos pessoais”, explica. Além disso, ensinar o não compartilhamento de objetos ou de alimentos, ensinar ao seu filho a forma correta de tirar e colocar máscara e a preferir locais abertos para fazer os lanches, além do distanciamento são outros pontos levantados pela infectologista. 

8. Orientações para as escolas?

Rever fluxos internos para evitar aglomeração, principalmente no horário do recreio, e dividir as aulas por turno e fazer rodízio para manter o número reduzido de indivíduos dentro da sala são algumas das recomendações da infectologista Joana D’arc. “Além disso, ambiente sempre ventilado, limpo e higienizado para evitar a contaminação e explicar aos estudantes como se comportar levando em conta a etiqueta respiratória. Por exemplo, ao espirrar não utilizar a mão e, sim, usar o antebraço além de higienizar as mãos sempre”, explica a médica. 

9. Quais são as principais orientações para professores?

Para a infectologista Joana D’arc, o professor tem que ser o melhor exemplo para os estudantes. “Estimular a questão do de forma lúdica de como utilizar corretamente as máscaras para que os estudantes se sintam seguros. Buscar um ambiente de distanciamento físico na sala de aula para diminuir a transmissão”. Além disso, o papel de notificar a direção para alunos voltarem ao ensino remoto ou serem testados ao perceber alguns sintomas nos estudantes é essencial. 

Ana Helena Germoglio destaca que como os professores são os que mais falam na sala, utilizar máscaras com maior capacidade de vedação e filtração, que seriam a N95 ou PFF2, é o recomendado. “Em caso de indisponibilidade dessa máscara, utilizar a cirúrgica”, destaca a médica. 

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