Dobra número de crianças com acesso a internet antes dos 6 anos no Brasil

O número de crianças que acessam a internet antes do 6 anos mais do que dobrou em 8 anos. É o que aponta a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgada na quarta-feira (25). 

Segundo o levantamento, em 2015, apenas 11% das crianças faziam parte dessa faixa-etária quando realizaram o primeiro acesso a internet, enquanto que em 2023 o número subiu para 24%. Além disso, a pesquisa aponta que 95% da população de 9 a 17 anos usa a internet no país, o que representa 25 milhões de pessoas.

“A pesquisa mostra tendência crescente de uso da Internet já na primeira infância. Esse fenômeno reforça a necessidade de dados robustos acerca das oportunidades e dos riscos online vivenciados por crianças e adolescentes, que orientem políticas e ações voltadas à garantia dos seus direitos e proteção”, disse o gerente do Cetic.br | NIC.br, Alexandre Barbosa.

Cresceu também o número de usuário que utilizou a internet para lidar melhor com algum problema de saúde. 50% esse ano, contra 39% na edição retrasada, em 2021. Apesar do crescimento de usuários infantis, o estudo demonstrou desigualdade de acesso entre as classes sociais. Enquanto nas classes D e E, 15% dos entrevistados têm acesso, nas classes A e B são 71% dos entrevistados. Já na classe C, a internet é utilizada por 41%.

O celular é o principal dispositivo de acesso dos usuários (97%), sendo o único meio de conexão à rede para 20% deles. Já o Youtube é a rede social mais acessada pelos entrevistados, com 88% das crianças e adolescentes, seguido pelo WhatsApp (78%), Instagram (66%), Tik Tok (63%) e Facebook (41%). A tendência se modifica na faixa-etária de 9 a 17 anos, onde o Instagram passa a ser a rede social mais acessada.

“A proporção de crianças e adolescentes que declaram assistir a vídeos online cresceu ao longo da série histórica da pesquisa. Plataformas digitais voltadas ao compartilhamento e a criação de conteúdos multimídia são usadas por quase a totalidade de usuários de 15 a 17 anos”, disse Luísa Adib, coordenadora da pesquisa

Foram entrevistadas presencialmente 2.704 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos nos meses de março e julho deste ano.

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