Deputado brasileiro eleito nos EUA admite que mentiu sobre currículo
George Santos declarou que se formou em duas instituições norte-americanas
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Deputado eleito pelo partido Republicanos, nos Estados Unidos, e filho de imigrantes brasileiros, George Anthony Devolder Santos admitiu ter mentido em seu currículo profissional e acadêmico. George ficou uma semana em silêncio sobre o caso.
Santos, que foi eleito com 54% dos votos para representar o 3º distrito de Nova York, afirmou que pretende tomar posse no dia 3 de janeiro, para integrar a maioria republicana presente na Câmara dos Estados Unidos. Em entrevista para o jornal New York Post, Santos afirmou que “floreou” o currículo e buscou minimizar as mentiras declaradas durante a campanha.
Além disso, o deputado eleito negou ser réu em um processo na justiça do Rio de Janeiro, no qual foi acusado pelo crime de estelionato. Na ocasião, o republicano teria utilizado folhas do talão de cheques e falsificado a assinatura de um idoso para o qual sua mãe trabalhava. Ele teria utilizado os cheques para fazer compras fraudulentas, em 2008, em Niterói, região metropolitana da capital fluminense.
Na época, Santos chegou a confessar o crime, mas como não foi localizado para a citação no processo, a ação foi suspensa. Apesar de ser réu, o deputado eleito negou ter cometido qualquer crime dentro ou fora dos EUA.
“Eu não sou criminoso aqui. Aqui, no Brasil ou em qualquer jurisdição no mundo. Absolutamente não sou. Isso não aconteceu”, disse ele ao New York Post.
Em sua defesa, Santos afirmou que o que está em questão são as informações falsas em seu histórico profissional e acadêmico. “Meus pecados aqui são florear meu currículo”, declarou.
Durante suas campanhas, Santos afirmou que se formou na Faculdade Baruch e na Universidade de Nova York, onde teria recebido diplomas em Finanças e Economia. No entanto, o deputado do partido Republicanos admitiu que mentiu sobre a formação acadêmica e declarou estar arrependido de ter feito tais declarações falsas. “Eu não me formei em nenhuma instituição de Ensino Superior. Estou envergonhado e me arrependo de ter floreado meu currículo. Nós fazemos coisas estúpidas na vida”, completou.
Além da formação no ensino superior, Santos também disse que mentiu sobre a quantidade de propriedades que tinha, um total de 13. Segundo o deputado, ele não tem nenhuma. No entanto, em setembro deste ano, Santos declarou ao Congresso americano ter um apartamento no Rio de Janeiro. O deputado eleito reconheceu ainda que passou por dificuldades financeiras, o que contribuiu para que ele devesse milhares de dólares para credores e locatários.
Em entrevista ao SBT News, em novembro deste ano, Santos confessou ter vindo de uma família sem muitos recursos financeiros. “Eu tenho uma história de vida bem simples. Eu vim de uma família muito pobre. Quando eu nasci, meus pais moravam num porão, um apartamento de porão que a gente conhece como basement, e foi uma luta de batalha pelo sonho americano”, afirmou.
No entanto, Santos não conseguiu explicar como conseguiu resolver sua situação tão rapidamente quando conseguiu investir 700 mil dólares em sua própria campanha eleitoral para disputar a vaga para o Congresso americano.
Sobre as acusações de mentiras acerca dos supostos empregos em empresas de sucesso em Wall Street, região importante em Nova York onde se localizam as maiores companhias do mercado financeiro, o republicano disse que nunca trabalhou diretamente para a Citigroup e a Goldman. Ele culpou o que chamou de “escolhas equivocadas de palavras”, que podem ter provocado a impressão de que ele teria afirmado sua passagem profissional por essas companhias.
O deputado disse que trabalhou com as duas empresas por meio da LinkBridge Inestors, onde realmente tinha vínculo trabalhista. Essa empresa, de acordo com Santos, tinha “parcerias limitadas” com o Citigroup e Goldman.
Porém, seu antigo site de campanha trazia a informação de que ele “começou a trabalhar para o Citigroup como um associado e rapidamente cresceu para se tornar um gerente associado de ativos na divisão de ativos reais da firma”.
Outra polêmica envolvendo o nome de Santos é a omissão de um casamento heterossexual de anos. Ele, que é o primeiro republicano assumidamente homossexual a ser eleito para a Câmara, reconheceu que o divórcio teve sua conclusão duas semanas antes da formalização de sua primeira candidatura, em 2020.
Ao New York Post, ele afirmou que está resolvido em relação à sua sexualidade. “Eu namorei mulheres no passado. Eu casei com uma mulher. São coisas pessoais”, disse.
Já ao SBT, o deputado declarou que seu mérito foi o que contribuiu para que ele fosse eleito e não sua orientação sexual. “A minha orientação sexual não foi uma grande parte da campanha. Isso é parte de quem eu sou. O que foi parte da campanha são meus méritos. O que me levou a chegar a este ponto da minha carreira, o que me levou a ser candidato qualificado para o Congresso. Eu acredito muito em mérito”, afirmou.
Não obstante as mentiras de Santos, ele ainda pode tomar posse no dia 3 de janeiro, já que nos Estados Unidos, apenas divergências de idade, cidadania e residência no estado em que concorreram os deputados podem ser considerados como empecilhos para que assumam o cargo para o qual foram eleitos.
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