Daniel Alves não usou camisinha e mulher faz tratamento antiviral

Daniel Alves não utilizou preservativo na noite em que foi acusado de ter cometido estupro, em uma boate de Barcelona, na Espanha, afirma Ester García Lopez, advogada da mulher que denunciou o jogador. Por causa disso, ela tem feito tratamento com um coquetel de medicamentos antivirais.

“Ela está recebendo apoio psicológico por meio de uma entidade pública especializada em tratar vítimas de violência. O hospital prescreveu todo um tratamento dirigido a evitar qualquer tipo de doença infectocontagiosa, porque não foi utilizado nenhum preservativo. Ela também tem um tratamento farmacológico com ansiolíticos para poder dormir, mas me disse que não consegue [dormir] desde o depoimento”, pontuou a advogada, em entrevista ao UOL.

Ainda de acordo com Ester, a mulher está com medo que sua identidade seja revelada. Ela não ingeriu álcool na noite do ocorrido, e isso teria facilitado lembrar do episódio.

“Ela deu um depoimento conciso, sem qualquer contradição, e isso é raro. Muitas mulheres sofrem de estresse pós-traumático e esquecem detalhes, se lembram depois, e isso não invalida a verdade. Mas no caso dela, isso não aconteceu. Ela se lembrava de tudo, do início ao fim. Isso, junto à possibilidade de fuga por parte do senhor Alves, que tem uma condição financeira favorável e dupla nacionalidade, foram determinantes para a prisão”, falou Ester.

Estupro
Segundo a advogada, após o estupro, a vítima “saiu da discoteca de ambulância e foi direto para a Unidade Central de Agressão Sexual (UCAS)”. “Então, diferentemente do que acontece com a maior parte das vítimas de violência sexual, que, por nojo, lavam suas roupas íntimas, ela não teve tempo de pensar nisso. Ela foi atendida rapidamente, enquanto os indícios permaneciam lá.”

Para Ester, independentemente de como terminará, o caso é “exemplar por como começou”.

“Há alguns personagens públicos que se acham acima do bem e do mal, que acham que ninguém nunca acreditaria em uma garota como minha cliente. Há muitas mulheres que não denunciam quando se trata de um personagem público por causa da dificuldade em nível emocional e judicial. Mas acho que, neste caso, espero que acabe com uma condenação. A prisão sem fiança já é exemplar”, complementou.

Contradição

A mulher conta que o crime ocorreu, em 30 de dezembro de 2022, em uma casa noturna de alto padrão, no centro de Barcelona. Depoimentos prestados por Daniel Alves levantaram suspeitas dos investigadores. Isso porque o jogador entrou em contradição nas versões apresentadas à Justiça.

Segundo a imprensa espanhola, o brasileiro chegou a admitir que houve relação consensual com a mulher que o acusa. O lateral-direito está preso preventivamente no Centro Penitenciário Brians desde o dia 20 de janeiro. O jogador pode ficar detido por até dois anos antes do julgamento.

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