Futuro das escolas de samba é tema de debate em Florianópolis
Sexta edição do Congresso Nacional do Samba ocorreu no último final de semana
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Ocorreu em Florianópolis, no último final de semana, 14 e 15 de setembro, a sexta edição do Congresso Nacional do Samba (Conasamba).
O encontro teve como objetivo promover um debate sobre o “futuro das escolas de samba, equilibrando as inovações tecnológicas e estéticas com a preservação das raízes e ancestralidade que tornam o carnaval uma das maiores expressões culturais do país”, afirmou os organizadores.
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O congresso foi organizado pela Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), em parceria com Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf), e tem o patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o carnaval movimentou R$ 9 bilhões este ano e gerou mais de 66 mil postos de trabalho temporários em todo país, contando apenas os setores de turismo e hospedagem.
De acordo com Moacyr de Oliveira Filho, secretário-geral da Fenasamba, o congresso em Florianópolis é oportunidade para discutir “a escola de samba que queremos.”
Ele salienta que as escolas são como “um organismo vivo das comunidades durante os 365 dias do ano” e oferece às pessoas lazer, mas também oportunidades de trabalho e profissionalização.
“A gente acha que a escola de samba desfila porque existe. O desfile é uma consequência da escola de samba que funciona o ano inteiro, que tem uma relação forte com a comunidade”, acrescenta Moa.
Política pública
Os participantes do Conasamba se reuniram neste sábado (14) com o secretário executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares.
O secretário elogiou o encontro por causa da “representatividade”. Ele disse à Agência Brasil que “há ligas de escola de samba de todas as regiões do país.”
O MinC tem um grupo de trabalho (GT) com organizadores de carnaval de diferentes estados e de gêneros musicais, além do samba.
Para Tavares, a Fenasamba “tem demanda por uma política estruturada para criar alternativas para fortalecer o carnaval que estão em discussão no GT.”
Segundo divulgação institucional do Minc, esta é a primeira vez desde 2018 que um representante de alto escalão da cultura vai a Florianópolis.
“A visita marca o comprometimento do ministério com o fortalecimento das políticas culturais no estado e a importância para a economia local”, afirma nota.
Além do representante do secretário executivo do Minc, participam do Conasamba mais de 40 conferencistas. Entre eles estão o carnavalesco e comentarista Milton Cunha, os jornalista Aydano Motta e Fabio Fabato, os mestres do samba Sombra e Macaco Branco e a porta-bandeira Selminha Sorriso.
Ao fim do congresso, os participantes receberão certificados emitidos pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em função da participação em oficinas de capacitação e na programação do evento.
CARTA DE FLORIANÓPOLIS
Reunidos em Florianópolis, nos dias 13, 14 e 15 de setembro de 2024, no CONASAMBA, representantes das entidades carnavalescas de todo o país, filiadas à FENASAMBA, reafirmam o seu compromisso de continuar lutando em defesa do Carnaval e das escolas de samba e pelo estabelecimento de políticas públicas permanentes que garantam não só a realização dos desfiles das escolas de samba, que continuam ameaçados ou suspensos, em centenas de municípios brasileiros, mas, principalmente, as atividades, projetos, eventos e programas comunitários nas entidades carnavalescas e na cadeia produtiva e criativa do Carnaval.
Como disse o professor e historiador Luiz Antônio Simas, uma escola de samba desfila porque existe, não existe para desfilar. Essa é a escola de samba que queremos – inclusiva, comunitária, participativa, sustentável, amorosa, inovadora, moderna, mas sem perder as raízes que a sustentam e a tradição que a alimenta e pereniza. Uma escola de samba que melhora a vida das pessoas.
A presença do secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, reforçou o compromisso do governo federal com o Carnaval e as escolas de samba no estabelecimento dessas políticas públicas, no diálogo com o GT do Carnaval, na busca de parcerias público-privadas, nos mecanismos de financiamento e, especialmente, na realização de projetos de capacitação técnica e profissional das entidades carnavalescas que, entre outras coisas, enfrentem os problemas concretos das entidades para editais e prestações de contas.
A FENASAMBA, que reúne entidades carnavalescas de todos os Estados do país, reafirma seu entendimento de que é preciso buscar mecanismos específicos para as realidades de cada Carnaval, valorizando, especialmente, os carnavais de resistência e de preservação dessa manifestação cultural, que são os que mais necessitam de apoio. A síntese do histórico CONASAMBA de Florianópolis está expressa num velho provérbio africano: “O rio que se afasta da sua fonte, seca”.
Cada vez mais, a FENASAMBA quer ser o instrumento para garantir o reencontro perene e permanente do rio com sua fonte. Como já ensinou Mestre Candeia: “escola de samba é povo em sua manifestação mais autêntica”!
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