Catarinense ‘ressuscita’ em sistema após conseguir provar que está vivo
João Maria do Amaral passou por dificuldades após descobrir que estava morto no sistema integrado de segurança pública de SC
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A história não é conto de fadas, mas terminou com um final feliz. O morador de Curitibanos (SC), João Maria do Amaral, conseguiu provar para a justiça que está vivo, após 41 anos sendo dado como morto no sistema integrado de segurança pública de Santa Catarina – SISP.
O erro no sistema foi corrigido após reportagem do SCC SBT sobre o caso. João, comemorou a novidade. “Finalmente, agora posso voltar a dormir em paz. Ontem quando recebi a notícia fiquei muito feliz, aliviado e agora vou até diminuir os remédios já que sinto minha vida novamente mais leve. Sabendo que vou chegar nos lugares, e ninguém mais vai me olhar torto”, disse João.
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Para confirmar a mudança, João Maria do Amaral foi até a Delegacia mais próxima e conseguiu ver nos arquivos que a palavra “óbito” já tinha desaparecido. A mudança aconteceu após a Polícia Científica concluir a investigação. “Como a certidão de óbito não tinha dados específicos e ele tem outros documentos válidos, como a CNH, tiramos o óbito após constatado o erro”, destacou Fernando Luiz de Souza, Perito Diretor de Identificação da Polícia Científica.
Veja a entrevista com o João Maria do Amaral:
Relembre o caso:
O catarinense João Maria do Amaral, vive uma saga para conseguir provar que está vivo. Natural e morador de Curitibanos, João tem 47 anos. Trabalhador autônomo e de família humilde, pouco precisou usar o número do CPF. Porém, há sete meses, tentou registrar um boletim de ocorrência, quando descobriu que no sistema integrado de segurança pública de Santa Catarina – SISP, ele é registrado como “óbito”.
O susto foi grande e desde então, João não consegue mais dormir em paz. “Eu cheguei na delegacia de Curitibanos para fazer um boletim de ocorrência e a pessoa que me atendeu levou um susto: ‘o senhor está morto’. Eu fiquei apavorado. Como posso estar morto, se estou aqui, vivo. Isso começou a me afetar demais. Fiquei doente. Passei a consultar e agora só consigo dormir com remédios. É bem complicado”, disse João.
João recebe aposentadoria pelo Governo Federal. Ele também não teve problemas para tomar a vacina contra a Covid-19. Ao que tudo indica, apenas nos registros de Santa Catarina é que o erro foi contatado. Para tentar resolver o problema, João contou com a ajuda de um advogado que se dispôs a auxiliá-lo de forma gratuita. “Eu não tinha dinheiro para pagar um advogado e Graças a Deus o doutor Felipe tem me ajudado”, disse João.
O advogado, Felipe Perroni,explicou que durante a investigação do caso, encontrou inclusive a certidão de óbito de João Maria do Amaral. “Nessa certidão, ambos tem o mesmo nome e data de nascimento. O que muda é a naturalidade. Enquanto esse João é natural de Curitibanos, o suposto João que faleceu é natural de Lages”, disse.
Além disso, no registro do SISP, além outros informações do João, como data de nascimento, nome dos pais e até mesmo a foto, aparecem como “óbito”.
Mas como João Maria do Amaral teria morrido? Nos registros, João teria sido assassinado no dia 16 de abril de 1980, vítima de uma morte violenta. Golpes de faca teriam atingido o tórax. A morte teria sido registrada no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres e João, teria sido enterrado no Cemitério Público de Correia Pinto Velho. João até tentou encontrar o seu suposto túmulo. “Fui até lá, mas tem muita gente com o sobrenome Amaral, e muitos túmulos já estão sem identificação. Por isso não consegui encontrar”, disse.
Se os dados estivessem corretos, João teria falecido com apenas seis anos de idade. E a bagunça é tanta, que para o Estado de Santa Catarina, João está morto, mas para os órgãos a nível federal, João está vivo.
João até tentou manter o assunto em sigilo, mas agora, quando passa na rua já tem um novo apelido. “O pessoal me vê e diz ‘olha lá o homem que tem uma certidão de óbito’. Tem sido bem complicado. Era para ser sigiloso, mas ai a notícia se espalhou e por isso quis vir pra mídia, pra ver se alguém resolve isso para mim. Está cada vez mais dificil de aguentar o olhar torto das pessoas”, disse.
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