“Blue monday”: por que 20 de janeiro é considerado o dia mais triste do ano?

Hoje, 20 de janeiro, é o “Blue monday”, considerado o dia mais triste do ano. Pelo menos segundo a visão do psicólogo gaulês Cliff Arnall, que inventou o termo em 2005. Mas por quê?

Segundo Cliff, o dia mais triste do ano marca o final das férias, o fracasso das resoluções de final de ano, o retorno ao trabalho depois das férias, e as dívidas de final de ano.

Ele até criou uma fórmula para mostrar os “níveis de depressão”: [W+(Dd)] x TQ dividido por M x NA.

Com cada letra representando um fator: W deve representar o clima, D sua dívida, d seu salário mensal, T o tempo desde o Natal, Q o tempo desde que você falhou em desistir de algo que tentou desistir, M para baixos níveis motivacionais e NA para a necessidade de agir.

Apesar disso, alguns especialistas criticam o modelo, sob alegação de que não há “evidências científicas”. Apesar das críticas, o SBT News separou o que pode ser feito no dia mais triste do ano, segundo a ciência, para driblar a depressão e tristeza relacionadas aos tópicos levantados pelo psicólogo — em qualquer período do ano.

Resoluções de ano novo

Ian Ballard, professor assistente de psicologia na Universidade da Califórnia, sugere que desenvolver novos hábitos ou rotinas é uma estratégia eficaz. “Hábitos exigem menos esforço cognitivo do que a motivação, tornando-se mais resilientes. Por exemplo, para alguém iniciante na corrida, o esforço de sair para correr é grande, mas para um corredor experiente, a decisão é automática”, explica.

A chave para formar hábitos duradouros é estabelecer metas realistas e manter uma rotina. Ballard também sugere recompensas imediatas, pois muitas metas levam tempo para mostrar resultados. “Tente escolher atividades que já sejam agradáveis para você ou crie recompensas, como salvar episódios do seu programa favorito após um treino”, recomenda.

Ballard recomenda a metodologia Smart para definir metas: elas devem ser específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. Por exemplo, se sua resolução for reduzir o uso do celular, uma meta Smart seria guardar o celular em uma gaveta por uma hora após acordar, durante os dias úteis, ao longo de janeiro. No final do mês, reflita sobre o que funcionou e o que não deu certo antes de estabelecer uma nova meta.

Ele também sugere que as metas sejam concretas e os benefícios claramente definidos. Escrever suas resoluções e os resultados esperados pode tornar a recompensa mais tangível.

Retorno ao trabalho pós-férias

De acordo com a psicóloga Andrea Bonior, autora do livro “Detox Your Thoughts” (Faça um ‘detox’ dos seus pensamentos, na tradução livre) é importante tirar um dia para fazer a transição entre as férias e o retorno ao trabalho, uma vez que a mudança abrupta pode colaborar com o aumento da tristeza pós-férias.

Segundo a pscicóloga Juliana Orrico, a práticas de algumas atividades podem ajudar a identificar o que não vai bem.

+ Escreva sobre seus sentimentos: faça um diário emocional, anotando como você se sente em diferentes momentos do dia. Isso traz clareza sobre padrões emocionais;

+ Autoavaliação diária: dê uma nota de 0 a 10 para o seu bem-estar no final do dia. Notas consistentemente baixas podem indicar que algo precisa de atenção;

+ Converse consigo mesmo; pergunte-se: “O que eu preciso neste momento para me sentir melhor?” Escutar essa resposta pode trazer insights valiosos.

Ela ensina também como diferenciar os sintomas de tristeza e depressão, que deve ser tratada por um profissional especializado.

Dívidas de final de ano

A economista Gecilda Esteves, professora da IBMEC, sugere priorizar o pagamento de contas recorrentes para começar o ano com menos dívidas.

A realidade é que 25% dos trabalhadores usarão o valor extra para quitar débitos, com variações regionais. No Norte, esse índice chega a 26,4%, enquanto no Sudeste é de 24,1%. Em contrapartida, apenas 4,9% utilizarão o dinheiro para lazer, como viagens.

Especialistas recomendam reservar uma parte do valor para despesas anuais, como IPVA e material escolar. Planejar e organizar as finanças pode ser o primeiro passo para entrar no próximo ano sem apertos e com mais tranquilidade financeira.

“Uma dica importante é você começar o ano planilhando as suas contas, tentando organizar o que você pode e já quitar contas recorrentes”, explica Gecilda.

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