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INVESTIGAÇÃO

Avião não fez contato de emergência com a torre; caixas-pretas serão analisadas

Aeronave estava em condições normais

• Atualizado

Agência Brasil

Por Agência Brasil

Foto: Cenipa/Divulgação | Redes Sociais/Reprodução.
Foto: Cenipa/Divulgação | Redes Sociais/Reprodução.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou nesta sexta-feira (09) que a aeronave que caiu nesta tarde em Vinhedo, no interior de São Paulo, não fez nenhuma contato de emergência antes do acidente.

“Não houve comunicação por parte da aeronave com órgãos de controle se haveria uma emergência”, disse em entrevista coletiva o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, ressaltando que as informações ainda são prematuras.

O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Luis Ricardo, informou que a aeronave se encontrava em condições normais de navegabilidade e que os tripulantes também estavam com certificados válidos. Segundo ele, o total de passageiros é de 61 pessoas, sendo 57 passageiros e 4 tripulantes. Não houve sobreviventes.

O acidente aconteceu por volta das 13h30. Uma aeronave turboélice, da marca francesa ATR, da empresa Voepass, caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo. O avião saiu de Cascavel, no Paraná, e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20. No entanto, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) informou que o sistema Salvaero, que é o conjunto dos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico, foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.

Caixas-pretas já estão com o Cenipa

Os técnicos do Cenipa já conseguiram achar os gravadores de dados e de voz da aeronave. Os equipamentos serão encaminhados para Brasília para análise dos dados.

Segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, são dois gravadores: o Cockpit Voice Recorder, que grava as vozes dos pilotos e todo o som da cabine, e o Flight Data Recorder, que grava informações técnicas como velocidade da aeronave, inclinação, se estava com os flaps ou o trem de pouso baixado.

“Isso é importante para a investigação, para gente conseguir reconstruir o acidente, de forma a entender aquela ocorrência para entregar a prevenção de acidentes e a segurança de transporte para a sociedade”, explicou.

Ele informou que os dados serão analisados com a maior celeridade possível, mas a investigação vai depender do estado em que os equipamentos foram encontrados.

“Depende do grau de destruição dos gravadores. Nós temos capacidade de fazer a extração estando os gravadores até muito danificados, mas depende de cada evento. Porventura, teremos que levar para o fabricante dos gravadores, nos Estados Unidos, pois temos grande necessidade de descobrir o que aconteceu. Não consigo dizer agora com quanto tempo isso irá acontecer”, informou Moreno.

Atualmente, existem dois laboratórios no Hemisfério Sul com capacidade de analisar as caixas pretas, um na Austrália e outro no Cenipa, em Brasília.

O Cenipa não adiantou quais seriam as causas do acidente. Moreno informou que todas as informações sobre o voo serão analisadas para a elaboração do relatório final sobre o acidente.

“Tudo é muito importante para a nossa informação. A nossa investigação é integrativa e envolve fatores humanos, operacionais e materiais. Todas as informações, sejam elas de controle aéreo, de meteorologia, tudo será coletado na primeira fase para posterior análise dos dados”, disse.

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