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"INOPERANTE E DEFICIENTE"

“Potencial de incêndio destrutivo maior do que a Boate Kiss”. MP pede interdição da antiga rodoviária de Florianópolis

Com problemas encontrados em mais uma vistoria, justiça deve decidir interdição da antiga rodoviária de Florianópolis até sexta (23).

• Atualizado

Sofia Gonzalez

Por Sofia Gonzalez

Foto: SCC SBT
Foto: SCC SBT

Mais um capítulo da história do destino da antiga rodoviária de Florianópolis. O Ministério Público de Santa Catarina ajuizou uma ação civil pública para solicitar a interdição do prédio por conta das diversas irregularidades encontradas na estrutura.

A decisão foi motivada por um recente relatório do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina realizado no último dia 15, que apontou graves problemas estruturais no edifício. O documento revela que cerca de 50% dos sistemas vitais dos andares 2 e 3 estão inoperantes e apresentam deficiências significativas, o que aumenta o risco de incêndio. “Isso representa um perigo não apenas para os ocupantes do prédio, mas também para os transeuntes nas proximidades”, afirma o promotor de justiça à frente da ação, Daniel Paladino.

“A antiga rodoviária tem um potencial de incêndio destrutivo muito maior do que a própria Boate Kiss, porque ali naquele entorno nós temos maternidade, duas escolas, comércios, supermercados”, afirma Paladino.

Segundo o Ministério Público, os andares superiores do imóvel têm sido utilizados para funções não autorizadas, como dormitórios e depósitos. O prédio fica localizado na região central de Florianópolis, nas avenidas Mauro Ramos e Hercílio Luz.

Prédio não passa por manutenções há 60 anos

Em setembro do ano passado, outras inspeções já haviam identificado problemas similares, incluindo rachaduras, infiltrações, falhas elétricas e a falta de alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, mesmo com estabelecimentos com cozinha no local. A estrutura do prédio, inaugurada em 1957, não passou por nenhuma manutenção significativa nos últimos 60 anos.

Até o ano passado, mais de 20 comércios operavam no local. Investigações do Ministério Público apontam que os espaços eram sublocados, porém, a Prefeitura de Florianópolis, proprietária do imóvel, afirma que nunca recebeu nenhum tipo de pagamento. Atualmente, 11 seguem funcionando por meio de autorização liminar da justiça.

Em resposta à solicitação de interdição, a prefeitura de Florianópolis emitiu uma nota reconhecendo os problemas de segurança identificados na antiga rodoviária. O órgão municipal afirmou que está empenhado em colaborar com o Ministério Público para desocupar o prédio e que já existe uma ação em andamento para reintegrar a posse da estrutura. A intenção é realizar as reformas necessárias para que o espaço possa ser readequado e destinado a novos usos que beneficiem a população.

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