87% dos negros dizem que são tratados de forma injusta, diz pesquisa
Levantamento é o do DataRaça, novo instituto de pesquisa dedicado à consciência racial
• Atualizado
Em pesquisa com a população preta brasileira, 65% dos entrevistados afirmam ter orgulho de suas origens. No entanto, 87% consideram que são tratados de maneira injusta. É o que revela levantamento do DataRaça, instituto criado com o objetivo de ajudar no combate ao racismo estrutural e na construção de consciência racial dentro das empresas.
Neste 13 de maio, dia em que se celebra a Abolição da Escravatura, o estudo chama atenção para outro dado preocupante: 84% dos entrevistados afirmam que negros têm mais dificuldade em arrumar emprego do que brancos. “São impedimentos do dia a dia que trazem uma coisa absurda, que a gente tem que concordar que existe um preconceito enorme nesse país chamado no Brasil. É isso que a gente está tentando entender, que preconceito é esse, qual o tamanho desse preconceito”, ressalta André Torretta, um dos criadores do DataRaça.
Segundo ele, o instituto nasceu com a premissa de realizar pesquisas de pessoas negras para pessoas negras. “Sempre teve no Brasil institutos de pesquisa capitaneados por pessoas brancas. Pessoas brancas tentando entender os negros”, diz. Esta é a primeira pesquisa da série “Impedimentos do dia-a-dia”. De caráter exploratório, ela foi feita em fevereiro deste ano, com mil questionários estruturados com entrevistados em todo o país.
Sob a liderança de Torretta e Maurício Pestana, a nova empresa vai se dedicar à construção de relações antirracistas no ambiente corporativo com a difusão de atitudes, serviços e produtos que abracem a diversidade racial sob o ponto de vista do negro.
“Hoje na verdade a gente está vivendo um tempo de transformação, tem um grande distritos de mudança nesses tempos de mudança, está todo mundo aprendendo, as empresas estão aprendendo,nós estamos aprendendo e é nessa tentativa de erro e acerto que estamos tentando fazer o DataRaça ajudar as empresas a compreender isso no novo mundo”, diz.
Pestana é ativista da questão racial há décadas e autor do livro “A empresa Antirracista”, no qual discute como o meio empresarial pode promover diversidade. Torretta é consultor especializado em classes populares, questões socioeconômicas e regionais no Brasil. “Queremos ajudar as empresas a entender esse novo Brasil de modo mais consciente e esses 400 anos de história que nós vivemos. Tentar ajudar essas empresas a compreender, respeitar, trabalhar e vender mais”, conclui Torretta.
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