4 a cada 10 alunos da rede pública sofrem com falta de professores
Pesquisa mostrou que 46% dos alunos nem sempre têm todas as aulas
• Atualizado
Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (12), pelo Instituto Todos Pela Educação, mostra que 46% dos alunos da rede de ensino pública no Brasil nem sempre têm todas as aulas, por conta da falta de professores. O dado, considerado preocupante pela entidade, vai na contramão da vontade da maioria dos alunos, uma vez que 98% gostariam de contar com opções de formação que os preparem para o mercado de trabalho e 92% têm o desejo de se aprofundar em uma área específica durante os estudos.
O Coordenador de Políticas Educacionais do Instituto Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, aponta que o número elevado de faltas, seja por questões de saúde ou brechas na legislação, é um dos principais pontos que permeiam o problema. “Há estados e municípios que permitem que os educadores faltem sem justificativa, além disso há ocasiões em que, de fato, não existe professor. A legislação que regula o número de faltas dos professores é frágil e permite esse tipo de anormalidade. Além disso, existe toda uma questão de que o professor, muitas vezes, é um funcionário concursado e mesmo em caso de faltas excessivas, não pode ser tirado do cargo”, lamenta.
Para Gontijo, para mudar este cenário, é necessário que as secretarias de Educação melhorarem o processo de alocação dos professores e garantam que todas as turmas tenham docentes para cada disciplina: “Caso o educador esteja de licença ou tenha trocado de escola, é necessário realizar a substituição rapidamente”.
O especialista também afirma que hoje, de modo geral, a escola não prepara o aluno para o mercado de trabalho: ” Além da falta de professores, que afeta em cheio a qualidade do ensino, há outros pontos que chamam a atenção no estudo. Estar preparado para o mercado de trabalho é um ponto muito importante para os alunos, contudo, somente 19% estão em escolas profissionais ou técnicas, essenciais para esse fim”. Apesar disso, Gontijo pondera que, nos próximos 10 anos, o Novo Ensino Médio deve ajudar a melhorar esse quadro, apesar da dificuldade de implementação.
O estudo, que contemplou 7.798 alunos do Ensino Médio da rede pública de todo o Brasil, ainda mostra que 32% trabalham fora de casa. Para 71%, a principal motivação é ter independência financeira dos pais e 20% precisam trabalhar para ajudar financeiramente a família.
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