Vanessa Cruz

Especialista em Urgência e Emergência e Saúde da Família, Enfermeira e Coord do DEP do Hospital Tereza Ramos em Lages, e Professora na Uniplac.


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Vanessa Cruz

Varíola dos macacos: sintomas que espantam a ciência

Estudo aponta dor no reto e inchaço no pênis como novos sintomas da doença

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Sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, calafrios, cansaço e erupções cutâneas | Divulgação
Sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, calafrios, cansaço e erupções cutâneas | Divulgação

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

A OMS declarou, há nove dias, a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional, a doença é endêmica em regiões da África, já atingiu neste ano 20.637 pessoas em 77 países. No Brasil tem 1.369 casos confirmados de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Quais são os sintomas:

A OMS explica quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos que sejam considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Acrescido a isso, o histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com pessoas possíveis infectadas no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.

“As lesões são profundas, bem definidas na borda e há uma progressão: começa como uma mancha vermelha que chamamos de mácula, se eleva tornando-se uma pápula, vira uma bolha ou vesícula e, por fim, se rompe configurando um crosta”, explicou o infectologista Rafael Galliez, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Ciência

Houve um estudo publicado do periódico The British Medical Journal que descreveu outros novos sintomas como: Dor no reto e inchaço no pênis que foram encontrados pelos cientistas. O achado pode auxiliar na detecção precoce da doença.

Os pesquisadores analisaram 197 casos confirmados da infecção entre maio e julho em um centro de doenças infecciosas de Londres. Segundo a pesquisa, 71 pacientes relataram dor retal, 33 apresentaram dor de garganta e 31 tiveram inchaço peniano. Outros 27 apresentaram lesões orais, 22 manifestaram lesões solitárias e nove relataram amígdalas inchadas. Esses dois últimos sintomas, segundo os autores, não eram conhecidos como sintomas da doença. Logo causou preocupação, porque são sinais que podem ser confundidos com outras doenças, atrasando assim o diagnóstico da doença.

Vacinação contra varíola dos macacos:

 A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

A prevenção e o controle dependem da conscientização da sociedade e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e impedir a transmissão.

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