Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2024

Quem não compareceu chega a superar os votos a prefeitos eleitos em SC

Abstenção chegou a 21,71% no Estado, menor do que em 2020

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Fila para votar em uma seção, mas ausentes preocupam. Roberto Azevedo
Fila para votar em uma seção, mas ausentes preocupam. Roberto Azevedo

Quando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, anunciou que a ausência de eleitores no país, a chamada abstenção, bateu em 21,71%, no primeiro turno das eleições do último domingo (6), o dado trazia certo alento porque foi menor do que a do pleito anterior, em 2020, em plena pandemia de Covid-19, quando 23,15% deixaram de votar, e maior do que a registrada em 2016 (17,58%). O fato é que, em Santa Catarina, que registrou 21,71% de abstenção, um levantamento nos 10 maiores colégios eleitorais mostra que os votos não dados correspondem ao suficiente para eleger um prefeito ou o contingente de ausentes seria mais expressivo que o primeiro, segundo ou terceiros colocados, em algumas cidades.

É o caso de São José, na Grande Florianópolis, onde a abstenção chegou aos 27,29% (52.221 eleitores), mais do que os 51.347 (41,41% dos votos válidos) que reelegeram Orvino Coelho de Ávila (PSD) e muito mais do que os 41.170 votos concedidos a Adeliana Dal Pont (PL), a segunda colocada. O caso não é isolado, pois, em Tijucas, na Grande Florianópolis, o número de ausentes, 8.795 (25,61%), foi maior do que a votação do prefeito eleito, Maikcon Sgrott (PP), que obteve 8.747 votos. Em Joinville, Florianópolis, Blumenau, Chapecó e Criciúma, os ausentes correspondem a mais do que os votos dados ao segundo colocado no pleito.

Já em Itajaí, a abstenção de 24,01% (41.912 eleitores ausentes), ficou atrás somente do eleito Robison Coelho (PL), que obteve 63.476 (50,66% dos votos válidos), e Osmar Teixeira (PSD), segundo colocado, que fez 42.666 (34,05%). O desânimo com a política ou os compromissos que levam a substituir a votação por uma viagem ou um imprevisto, estão na lista de motivos para negar o voto, sem nenhum remorso.

O estigma do “já ganhou, não precisa do meu voto” acompanha um grupo significativo de ausentes. Há uma pequena parcela daqueles que não foram votar e pronto, pois preferem pagar a multa irrisória de R$ 3,51 (três reais e cinquenta e um centavos) do que participar do processo eleitoral, embora isso custe, a médio prazo, a cobrança de quem não escolheu alguém para comandar os destinos do município onde reside.

Veja a lista com os números:

Cidade Prefeito eleitoVotação AbstençãoEm relação aos votos confirmados
JoinvilleAdriano Silva (Novo)244.321 107.392 (24,70%) segundo
FlorianópolisTopázio Neto (PSD)161.839115.220 (28,05%)segundo
BlumenauEgídio Ferrari (PL)95.07567.861 (25,56%)segundo
São JoséOrvino de Ávila (PSD)51.34752.221 (27,29%)primeiro
ChapecóJoão Rodrigues (PSD)99.32036.388 (22,57%)segundo
ItajaíRobison Coelho (PL)63.47641.912 (24,01%)terceiro
CriciúmaVagner Espíndola (PSD)52.423 40.941 (26,48%)segundo
PalhoçaEduardo Freccia (PL)52.35837.653 (25,63%)terceiro
Lages Carmen Zanotto (Cidadania)50.73431.689 (25,10%)segundo
Jaraguá do SulJair Franzner (MDB)53.64426.852 (21,31%)segundo
Fonte: Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC)

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