Quem não compareceu chega a superar os votos a prefeitos eleitos em SC
Abstenção chegou a 21,71% no Estado, menor do que em 2020
• Atualizado
Quando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, anunciou que a ausência de eleitores no país, a chamada abstenção, bateu em 21,71%, no primeiro turno das eleições do último domingo (6), o dado trazia certo alento porque foi menor do que a do pleito anterior, em 2020, em plena pandemia de Covid-19, quando 23,15% deixaram de votar, e maior do que a registrada em 2016 (17,58%). O fato é que, em Santa Catarina, que registrou 21,71% de abstenção, um levantamento nos 10 maiores colégios eleitorais mostra que os votos não dados correspondem ao suficiente para eleger um prefeito ou o contingente de ausentes seria mais expressivo que o primeiro, segundo ou terceiros colocados, em algumas cidades.
É o caso de São José, na Grande Florianópolis, onde a abstenção chegou aos 27,29% (52.221 eleitores), mais do que os 51.347 (41,41% dos votos válidos) que reelegeram Orvino Coelho de Ávila (PSD) e muito mais do que os 41.170 votos concedidos a Adeliana Dal Pont (PL), a segunda colocada. O caso não é isolado, pois, em Tijucas, na Grande Florianópolis, o número de ausentes, 8.795 (25,61%), foi maior do que a votação do prefeito eleito, Maikcon Sgrott (PP), que obteve 8.747 votos. Em Joinville, Florianópolis, Blumenau, Chapecó e Criciúma, os ausentes correspondem a mais do que os votos dados ao segundo colocado no pleito.
Já em Itajaí, a abstenção de 24,01% (41.912 eleitores ausentes), ficou atrás somente do eleito Robison Coelho (PL), que obteve 63.476 (50,66% dos votos válidos), e Osmar Teixeira (PSD), segundo colocado, que fez 42.666 (34,05%). O desânimo com a política ou os compromissos que levam a substituir a votação por uma viagem ou um imprevisto, estão na lista de motivos para negar o voto, sem nenhum remorso.
O estigma do “já ganhou, não precisa do meu voto” acompanha um grupo significativo de ausentes. Há uma pequena parcela daqueles que não foram votar e pronto, pois preferem pagar a multa irrisória de R$ 3,51 (três reais e cinquenta e um centavos) do que participar do processo eleitoral, embora isso custe, a médio prazo, a cobrança de quem não escolheu alguém para comandar os destinos do município onde reside.
Veja a lista com os números:
Cidade | Prefeito eleito | Votação | Abstenção | Em relação aos votos confirmados |
Joinville | Adriano Silva (Novo) | 244.321 | 107.392 (24,70%) | segundo |
Florianópolis | Topázio Neto (PSD) | 161.839 | 115.220 (28,05%) | segundo |
Blumenau | Egídio Ferrari (PL) | 95.075 | 67.861 (25,56%) | segundo |
São José | Orvino de Ávila (PSD) | 51.347 | 52.221 (27,29%) | primeiro |
Chapecó | João Rodrigues (PSD) | 99.320 | 36.388 (22,57%) | segundo |
Itajaí | Robison Coelho (PL) | 63.476 | 41.912 (24,01%) | terceiro |
Criciúma | Vagner Espíndola (PSD) | 52.423 | 40.941 (26,48%) | segundo |
Palhoça | Eduardo Freccia (PL) | 52.358 | 37.653 (25,63%) | terceiro |
Lages | Carmen Zanotto (Cidadania) | 50.734 | 31.689 (25,10%) | segundo |
Jaraguá do Sul | Jair Franzner (MDB) | 53.644 | 26.852 (21,31%) | segundo |
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