Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Vamos inverter a ordem das letrinhas? ESG ou GSE?

NÃO! Não pense mal de mim, eu não estou dizendo que o meio ambiente é menos importante viu?

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Foto: Freepik
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Estava conversando com colegas conselheiros sobre ESG (Environment, Social e Governance), quando surgiu uma reflexão e eu gostaria de tratar aqui na coluna. ESG, sigla que se refere aos três principais fatores de sustentabilidade e impacto social de uma organização: meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, uma espécie de selo para empresas e investimentos responsáveis que ultimamente vem se modificando para uma mentalidade ou forma de olhar os negócios.

Se você quiser saber o que é e como surgiu o ESG, eu escrevi aqui no portal SCC10 uma coluna falando a respeito. Clique aqui para ler ESG a sigla que pretende e pode sim, mudar o mundo.

Apesar de ter aparecido em um documento da ONU “Who cares win” (ganha quem se importa) em 2004, o ESG ganhou espaço definitivo no mundo corporativo somente em 2020 quando o diretor-executivo da BlackRock, a maior gestora de fundos de investimento do mundo, Larry Fink, em sua carta anual (esperada por todos do mundo dos negócios e usada como bussola para as tendências de investimentos), anunciou que a sustentabilidade seria um critério para as decisões da gestora, e empresas que não se comprometam com o tema estão fadadas a ficar sem capital. Pronto, os olhos do mundo olharam e se apaixonaram de vez pelo ESG.

Então, refletindo a respeito, comecei a perceber que talvez a maneira de enxergar o ESG esteja invertida. Veja bem, esses três fatores são importantíssimos, mas quando se fala em ESG, o que se vê na maioria das vezes é a tendência em focar na primeira letra, o E (meio ambiente), que se preocupa com a sustentabilidade ambiental, onde o foco está na redução da emissão de carbono, e fim de papo (aqui estou simplificando, ok?). Sem falar do greenwashing, quando a empresa maquia resultados e ações para parecer que está de acordo com as práticas ambientais, quando na verdade não está.

Muito difícil encontrar artigos científicos ou jornalísticos que tratem do ESG como um todo, com as 3 dimensões sendo igualmente relevantes. Dando importância ao S (responsabilidade social) que cuida das pessoas, da diversidade e direitos humanos não somente dos colaboradores, mas dos stakeholders e de todo o ambiente onde a empresa está inserida.

E, principalmente, tratando do G (governança corporativa), que foca no objetivo dos sócios, o resultado, e se baseia na governança corporativa, ou seja, a forma como a empresa é gerida, a independência do conselho de administração, transparência, equidade, accountability e responsabilidade social. O que é uma pena, porque pesquisas e análises nessa vertente seriam muito relevantes.

Vejo que é interessante analisar as 3 letras como um todo, de modo que os três fatores sejam estudados e sejam olhados com a mesma importância. Mas não se pode esquecer que o dono da empresa quer resultado, quer que a
empresa cresça, não adianta ficar na ilusão do mundo perfeito. Enquanto a empresa estiver dando lucro, as outras questões serão privilegiadas, mas, se o prejuízo acontece, o foco é no resultado, tirando os investimentos em pessoas ou meio ambiente.

O desafio aqui é obter resultados maiores, ano após ano, fazendo a gestão dos riscos, com transparência e sem corrupção, mas cuidando das pessoas, e da comunidade onde a empresa está inserida, e também, um aspecto muito importante: zelando por nossos recursos no meio ambiente que são finitos.

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