Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Porque a Síndrome da Abelha Rainha não atinge somente as mulheres

E porque ao invés de desbravar “a mata” para facilitar o caminho de quem vem depois, essas pessoas vão construindo muros atrás de si.

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Foto: Mundo da Psicologia/ Reprodução
Foto: Mundo da Psicologia/ Reprodução

Sabe aquela pessoa que faz de tudo para alcançar uma posição mais alta na empresa, e quando chega lá acaba por prejudicar outras que estão trilhando o mesmo caminho? Pessoas que ao invés de ajudar e ensinar o caminho das pedras, constroem muros atrás de si e dificilmente deixam que alguém chegue lá também. Você conhece alguém assim?

Pois é, talvez essa pessoa sofra da Síndrome da Abelha Rainha. 

Quem é assim geralmente é muito competitivo, tem um ego enorme e muitas vezes inveja todo mundo. As Abelhas Rainhas entendem que se “elas comeram o pão que o diabo amassou” as outras também terão que comer. 

Esse fenômeno apareceu pela primeira vez na década de 1970 em uma pesquisa feita por G.L. Staines, T.E. Jayaratne e C. Tavris que afirmam que a síndrome acontece quando uma mulher em posição de autoridade trata subordinados de forma mais dura se forem mulheres também. De acordo com o estudo, o problema é cultural e deixa inseguras as poucas mulheres que atingem o topo, com medo de perder sua autoridade e assim agem como verdadeiras Abelhas Rainhas, matando ou tentando matar seus ou suas rivais.

Estudiosos do assunto acreditam que a síndrome da Abelha Rainha é um comportamento feminino, mas não são somente mulheres que são assim. Ouso dizer que esse é um problema que atinge outras pessoas que historicamente foram privadas de oportunidades. Essas pessoas têm a tendência a se comportar dessa maneira, aparentando ser inofensivas, mas quando “acham” que chegaram lá, o sucesso sobe a cabeça e pronto: lá vão eles e elas terem atitudes para diminuir ou dificultar a vida de quem veio depois. 

O fato de não facilitar o caminho e às vezes colocar mais obstáculos ainda para quem tem a chance de chegar no mesmo cargo faz com que essas pessoas tenham atitudes toxicas e não sejam bem quistas na empresa.

Pessoas que falam mal das outras, tecendo comentários humilhantes a respeito de uma pessoa, normalmente igual a ela, perdem diversas amizades por sua ânsia de se destacar e fazem de tudo para tornar as outras pessoas suas súditas, sofrem dessa síndrome, e frequentemente são pessoas emocionalmente desequilibradas e inseguras.

Pessoas que agem dessa maneira além de fazer mal ao outro e ao ambiente de trabalho ainda colaboram para que as pessoas de sucesso sejam estigmatizadas como arrogantes, egoístas, invejosas e destrutivas. 

O futuro é colaborativo. Para que todos tenham oportunidade de ser incluídos, e as organizações continuem fomentando a diversidade, os bons exemplos devem ser valorizados e seguidos. Quanto mais pessoas diversas com capacidade de liderar os diversos setores da empresa, mais essa empresa cresce.

Quando somos generosos com todos, a vida é generosa com a gente também. 

Como diz o ditado: Faça o bem, queira o bem, que o resto vem.

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