ESG: a necessidade do compartilhamento do conhecimento
As letras E S G remetem a três palavras: ambiental, social e governança
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Que o ESG (Environmental, Social e Governance) sigla para as práticas empresariais com relação ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, veio para ficar, todos sabemos. No início, muitos pensavam que seria mais uma das modas corporativas e muita gente apostava que não iria durar muito. Não foi o caso.
Os motivos pelos quais as práticas ESG estão se entrelaçando com o já consagrado “way of life” das empresas são os mais variados possíveis. Desde a real preocupação com a sustentabilidade da organização, bem-estar da sociedade e o futuro do planeta quanto aqueles não tão republicanos assim.
Se quiser saber mais sobre ESG leia outras colunas que falo sobre o assunto:
Ando lendo bastante a respeito, tanto textos acadêmicos como reportagens jornalísticas e pesquisando nos sites das grandes empresas, campeãs de ESG no Brasil e no mundo.
E o que está me deixando um pouco inquieta é a maneira incompleta que várias dessas empresas estão implantando as práticas ESG.
E S G são três letras que remetem a três palavras: ambiental, social e governança. A importância de cada uma deveria ser a mesma, certo? Deveria ser assim, mas não é o que estou encontrando.
O que se vê em diversos casos são empresas que reduziram a emissão de carbono OU tem um gerente de diversidade e inclusão, OU estão preocupados com a ética e transparência na sua administração.
Sabe-se que empresas do mundo todo estão preocupadas em implantar essas práticas e que estão aprendendo a fazer, fazendo. O que por si já é bem importante.
Mas por outro lado, algumas dessas empresas não divulgam essas práticas, ou, se divulgam, são informações muito superficiais em seus sites ou mesmo em releases para a imprensa.
Ora, utilizar as práticas ESG, além de fazer a gestão da empresa de forma a garantir a sua sustentabilidade, irá resguardar os recursos naturais, que são finitos, e garantir o bem-estar, não somente do colaborador, mas de todas as partes interessadas onde a empresa está inserida. Assim, quanto mais empresas fizerem isso, teremos a possibilidade de que o meio ambiente seja resguardado, o mundo corporativo ficará mais competitivo e a sociedade como um todo será um lugar mais justo e muito melhor para todas as pessoas.
Dito isso, não seria obvio que se essas empresas divulgassem amplamente o que estão fazendo, e COMO estão fazendo, outras empresas, inclusive as menores, que não tem tantos recursos disponíveis para testar políticas ESG, poderiam inserir essas práticas e assim acelerar esse processo?
Você deve estar respondendo, SIM, é obvio. Mas como falei acima, não é o que se vê no dia a dia.
Na prática a gente encontra muita gente boa, lutando com todas as forças por um mundo mais justo e equânime, pela preservação do meio ambiente e por empresas geridas de forma a garantir sua perenidade no tempo. Mas também se vê empresas implantando um ESG para inglês ver, sem efetivamente contribuir com os objetivos propostos ou sem compartilhar a fundo as informações, e aqui não estamos falando de informações estratégicas das empresas.
Como disse acima, muitas empresas estão tentando implantar as práticas, acertando, errando, mas principalmente fazendo.
Porém, existem duas questões bem importantes que devem ser privilegiadas e que sinto falta: o enfoque forte nas três letras, é claro que o G acaba sendo o mais importante pois a empresa precisa dar lucro; e principalmente a ampla divulgação das práticas ESG, acertos e erros, pois o compartilhamento de conhecimento não tem preço. E como se reforça o tempo todo lá no departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGEGC/UFSC):
O conhecimento cresce quando é COMPARTILHADO.
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