Mais seis estados são reconhecidos como áreas livres de febre aftosa sem vacinação
Mais de 40 milhões de cabeças deixarão de ser vacinadas e 60 milhões de doses anuais da vacina não serão utilizadas, gerando economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural
• Atualizado
Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso agora são reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Ao todo, são mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, o que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro, e 60 milhões de doses anuais da vacina que deixam de ser utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural. O Paraná também recebeu o reconhecimento como zona livre de peste suína clássica independente.
Após a assembleia da OIE, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou a conquista do setor, ao lado de governadores dos estados beneficiados. Ela ressaltou o empenho dos pecuaristas brasileiros e de toda a cadeia produtiva das carnes bovina e suína, em cumprir as normas sanitárias, e dos estados, no fortalecimento dos serviços veterinários. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.
Santa Catarina fatura 2 bilhões de dólares por meio da exportação de carnes
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A meta para que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação é até 2026.
Atualmente, existem em torno de 70 países reconhecidos livres de febre aftosa sem vacinação, que são potenciais mercados para a produção de carne bovina e suína, com melhor preço e sem restrições sanitárias como, no caso da carne bovina, desossa e maturação. Entre esses países estão Japão, EUA, México e países da UE. Em 2021, nos quatro primeiros meses do ano, o volume exportado de carne bovina e suína aumentou 27% na Região Sul do país, representando valores de R$ 4,3 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões no mesmo período em 2020.
Febre Aftosa no Brasil
A febre aftosa é uma doença que afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Os prejuízos diretos e indiretos ocasionados pela doença, bem como as limitações à comercialização de produtos pecuários, exigem dos produtores rurais e das autoridades sanitárias um constante esforço para prevenir a doença e proporcionar condições para sua erradicação. No Brasil, o último foco da doença ocorreu em 2006 e todo o território do país é reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa (zonas com e sem vacinação) desde 2018. Até este momento, apenas Santa Catarina possuía a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Resultados das etapas de vacinação
Na semana passada, a Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um painel dinâmico para consulta dos dados de vacinação das 26 unidades da federação desde 2001 até hoje. Santa Catarina não entra no histórico, pois parou de vacinar desde 2000. No painel é possível fazer análises dinâmicas e observar os dados de cobertura vacinal de animais e de propriedades em todas as etapas de vacinação realizadas no país nos últimos 20 anos.
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