João Silva

Graduado em economia e relações internacionais pela Boston Univeristy. Mestre em relações internacionais na University of Chicago e mestre em finanças pela University of Miami.


João Victor da Silva Compartilhar
João victor da silva

Propostas de Lula levarão a “Argentinização” da economia brasileira

Propostas populistas do ex-presidente levarão o Brasil ao caminho da insolvência argentina

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Fotos: Pixabay (esq) / Redes sociais (dir)
Fotos: Pixabay (esq) / Redes sociais (dir)

É triste, mas é verdade. O projeto de poder petista ainda é levado a sério no país. Assim sendo, não é possível relevar as propostas econômicas do ex-presidente Lula. Afinal de contas, suas soluções fáceis para problemas econômicos complexos são a essência do embuste populista, o qual é um elemento fundamental para compreender o fracasso econômico latino-americano. Infelizmente, em nosso continente, a população persiste na sua ingenuidade e “compra” projetos de poder que prometem os céus, mas que entregam o inferno.

O fato é que Lula não aprendeu nada desde que deixou a presidência em 2010. Ele continua pregando propostas econômicas atrozes que, caso sejam implementadas, levarão ao rápido colapso da economia brasileira — um feito quase concretizado pelo ex-poste de Lula, Dilma Rousseff. Portanto, é preciso que fiquemos atentos as sedutoras propostas populistas que podem nos colocar em uma situação econômica parecida com a dos nossos vizinhos argentinos.

Para àqueles pouco familiarizados com o roteiro de fracasso econômico argentino, é importante lembrar que as propostas econômicas petistas são irmãs gêmeas daquelas defendidas pelos peronistas: leis trabalhistas arcaicas, descontrole dos gastos públicos, intervenções políticas sobre o Banco Central, regulamentações excessivas que inviabilizam o crescimento de diversos setores da economia, criação de empresas estatais, entre tantas outras propostas que apenas um “terraplanista” econômico poderia defender.

O resultado dessas políticas econômicas são sempre os mesmos: o surgimento de desequilíbrios econômicos que elevam a pobreza, destrói empresas e mínguam a esperança da população sobre o tão sonhado desenvolvimento. Hoje, por exemplo, a inflação na Argentina já supera 55%, a taxa de pessoas vivendo na pobreza supera 40%, o PIB do país está a mais de uma década estagnado. Esses dados, infelizmente, refletem a realidade de um país que no início do século XX era um dos mais ricos do mundo. No entanto, a mentalidade estatista e sindicalista que tomou conta da Argentina levou o país a um verdadeiro retrocesso econômico.

Lula, em seus discursos, explora a insipiência de boa parte da população acerca dos problemas econômicos para promover uma agenda econômica que, em última instância, é uma vingança para o povo brasileiro. Alguns economistas simpatizantes do ex-presidente buscam minimizar suas falas. Eles dizem que o populismo econômico é apenas uma estratégia eleitoral. Para eles, caso Lula chegue ao poder, ele adotará uma postura pragmática em assuntos econômicos.

No entanto, o histórico petista não corrobora com essa visão. Lula, enquanto presidente, não fez nenhuma reforma econômica significante. O Brasil só conseguiu crescer em seu período como presidente, pois Lula herdou do Governo Fernando Henrique, um país com a economia estabilizada, além de ter tido a sorte de governar durante o período de boom das commodities. Ou seja, o período de bonança da economia mundial puxou a economia brasileira.

Contudo, ao invés de aproveitar o momento favorável da economia mundial para realizar reformas econômicas importantes e estabelecer os fundamentos para o crescimento futuro da economia brasileira, Lula cometeu um verdadeiro estelionato eleitoral. Gastaram-se fortunas em obras que nunca foram finalizadas, aumentou-se o número de funcionários públicos, usaram-se as estatais para fins eleitoreiros, etc.

Com Dilma a economia brasileira foi verdadeiramente para o brejo. As empresas públicas ficaram essencialmente insolventes com a má gestão e a política de subsídios, os gastos e a dívida pública dispararam e as taxas de inflação subiram consideravelmente. Dilma conseguiu criar uma recessão pior do que a experimentada com a crise da Covid-19, em 2020. A história mostra que o PT não tem capacidade de gerir um país. 

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            Portanto, eu não acredito que o discurso de Lula é simplesmente eleitoreiro quando ele diz atrocidades como:

  • “Eu quero dizer, na tua frente, meu jovem Requião, que eles se preparem. Porque o povo vai voltar a governar esse país e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vai privatizar os Correios, não vamos privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica. Não vamos destruir o BNDES. Não vamos privatizar a Eletrobras. Eles têm que saber, e nós temos que falar agora o que queremos fazer, porque eu não tenho mais idade para mentir para o povo brasileiro”
  • “Esse país tem um Presidente da República que fala ‘ah, se eu pudesse mexer na Petrobras, eu dava um murro na Petrobras’. Não dê murro, dê uma cabeçada logo na Petrobras! Dê uma cabeçada! Porque não é possível um Presidente da República dizer que não consegue mexer nos preços da Petrobras. Reúne o conselho da Petrobras, o conselho nacional de política energética. Nós somos um país que tem etanol, biodiesel, por que a gente tem que ficar dependente da gasolina?”
  • “Não haverá teto de gastos no nosso governo. Não que eu vá ser irresponsável, gastar pra endividar o futuro da nação. É porque nós vamos ter que gastar aquilo que é necessário na produção de artigos produtivos, de artigos rentáveis, e a educação é um artigo rentável. É a coisa que dá o retorno mais rápido para que a gente possa produzir. Quem vai derrubar o gasto com relação ao PIB, é o crescimento econômico”
  • “A mentalidade de quem fez a reforma trabalhista, a reforma sindical é a mentalidade escravocrata, de quem acha que sindicato não tem que ter força, não tem representatividade.”
  • “É importante que o sindicato seja um freio de arrumação na ganância empresarial. O sindicato não quer que o empresário tenha prejuízo, pois se o empresário tiver prejuízo, a fábrica quebra e o trabalhador fica sem emprego. Essa gente tem que entender que nós não somos imbecis. O sindicalista quer que a fábrica, na sua categoria, seja forte, ganhe muito, produza muito, venda muito, aumente o salário dos trabalhadores e gere emprego”
  • “As pessoas colocam obstáculos no tal do Banco Central independente. Esse Banco Central tem que ter compromisso com o Brasil, não comigo. ‘Ah, ele vai ter meta de inflação’. Vamos colocar meta de emprego e crescimento também, vamos comprometer com alguma coisa positiva. E quem tem que chamar o cara para conversar sou eu, eu não conheço, mas a hora que eu ganhar ‘vem cá, vamos conversar um pouquinho, vamos discutir o Brasil’, numa boa.”

Lula, como disse seu próprio parceiro de chapa, quer voltar a cena do crime. O populismo econômico petista despreza conceitos essenciais da econômica para avançar a agenda de dominação política do partido. Não há compromisso com o país. Sem responsabilidade fiscal, independência do Banco Central, liberdade econômica e reestruturação da administração pública, o Brasil caminho a passos largos para o caminho que os hermanos argentinos seguiram.

Tenho convicção que caso o país caía na armadilha petistas novamente teremos um futuro nebuloso pela frente. Sem responsabilidade não haverá progresso. Assim, o Brasil perderá de vez a capacidade de se tornar uma potência econômica, que foi sempre sua vocação.

O ponto de vista do colunista não está associada necessariamente à opinião do portal SCC10.

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