Dolmar Frizon

É colaborador da Fecoagro e editor-chefe do programa Cooperativismo em Notícia, veiculado pelo SCC SBT. Foi repórter esportivo por 22 anos.


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Dolmar Frizon

Governo e entidades estudam medidas de combate à cigarrinha do milho

Aliado a isso, foi divulgada uma cartilha com orientações sobre manejo e enfezamentos na cultura do milho

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Foto: Cirio Parizotto | Epagri
Foto: Cirio Parizotto | Epagri

O trabalho feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para identificar os materiais tolerantes a cigarrinha do milho, já aprovados e comercializados no Brasil, foi destaque, na última semana, durante o Seminário promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Aliado a isso, foi divulgada uma cartilha com orientações sobre manejo e enfezamentos na cultura do milho. O evento foi um pedido da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) para a comissão de grãos da CNA.

A planilha contempla 652 cultivares classificadas após avaliação em campo de acordo com sua tolerância que varia de 01(muito baixa) a 09 (alta). Os materiais confirmados como altamente tolerantes (9) a cigarrinha foram 22 cultivares. A iniciativa é uma demanda da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e outras entidades de produtores, como: Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e CNA.

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O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, considera um avanço para o setor. “Nossas lavouras de milho no sul do País foram fortemente castigadas pela seca e pela praga da cigarrinha. A estimativa é que a safra catarinense 2020/21 chegue, no máximo, a 1,5 milhão de toneladas – 1,2 milhão a menos que o previsto. Para se ter uma ideia, Santa Catarina terá que importar cerca de cinco milhões de toneladas de milho no ano, o que também impactará nos custos de produção das agroindústrias”.

Segundo Barbieri, com a possibilidade de optar por cultivares que possuem bons níveis de resistência aos enfezamentos, o produtor poderá plantar mais de uma cultivar, além de fazer rotação para evitar a quebra de resistência. “Além disso, a cartilha é um documento fundamental para que o produtor possa planejar a próxima safra e garantir os melhores resultados”.

O ano é de preços elevados de milho, o que pode trazer problemas de desabastecimento regionais no mercado interno. “Estamos muito preocupados com o futuro do produtor e com a indústria de proteína animal. As medidas recém-apresentadas ajudarão a evitar mais perdas em função da falta de manejo adequado e do controle eficaz desta praga que vem trazendo enormes prejuízos em Santa Catarina e outras regiões do País. No entanto, não podemos parar por aí. Precisamos continuar pensarmos em políticas públicas que melhorem a logística, seu destino e remuneração do produtor”.

Barbieri destaca, ainda, que apesar das complicações que estão havendo, como seca e cigarrinha, é importante que os produtores mantenham essa oportunidade que conquistaram de fornecer para a indústria consumidora de milho. Dessa forma, podem fazer rotação de cultura, ou seja, um ano plantar milho e no outro plantar soja. Isso faz parte das práticas agronômicas que possibilitam aumento de produtividade”, conclui Barbieri.

Em Santa Catarina, a incidência da cigarrinha-do-milho, inseto-vetor de doenças provocadas por vírus e bactérias, tem ocorrido de forma generalizada em todas as regiões e com danos econômicos variáveis na safra 2020/2021. De acordo com levantamento da Epagri, as macrorregiões mais afetadas são o Meio-Oeste, Oeste, Extremo-Oeste, Planalto Norte e Planalto Serrano. Produtores relatam perdas de até 70% das lavouras, especialmente nos cultivos precoce e superprecoce, variedades mais sensíveis à praga.

A cigarrinha se alimenta e se reproduz apenas no milho e, por isso, a manutenção de plantas é favorável para sua multiplicação. Também não há controle químico 100% eficaz para a praga. Ao contaminarem a planta, as cigarrinhas prejudicam o seu desenvolvimento, acarretando em má formação, menos espigas e, consequentemente, queda de produtividade.


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