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Aristides Cimadon

É tempo de agradecer

É preferível fazer o bem e agradecer por tudo que somos, sobretudo pela vida.

• Atualizado

Aristides Cimadon

Por Aristides Cimadon

Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom.
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom.

O ano de 2020 surgiu com festa, esperanças renovadas, desabrochando as perspectivas de um Brasil economicamente mais viável. Os estudantes nas escolas e nas universidades, com a alegria contagiante de sempre, iniciavam suas atividades escolares mirando sonhos. Os professores mais lúcidos aspirando novos rumos para a educação. Enfim, o vaivém da vida indicava um ano promissor. Eis que, num repente, tudo parou. A pandemia da Covid-19 motivou o fechamento das escolas e das universidades, dos aeroportos, dos cinemas, dos bares, dos restaurantes, das festas e das aglomerações, das igrejas e de um montão de outras coisas.

Um choque nunca visto pela humanidade. Só não pararam os hospitais, os postos e os profissionais da área da saúde e inúmeras atividades essenciais. As incertezas, a falta de remédios, o medo, o estresse e a criatividade para adequação à nova vida foram a tônica de 2020. 

A pandemia impingiu novos hábitos: ausência dos abraços e dos cumprimentos costumeiros, a vida em casa, o uso da máscara, cuidados com higiene, distanciamentos e certa solidão. É difícil e doloroso abandonar alguns valores quando estes começam a se tornar incompatíveis com a sobrevivência. Mas é preciso. Até que ponto nós, como seres humanos, preferimos morrer a nos adaptarmos para sobreviver? Inúmeras pessoas, em 2020, para sobreviver, mudaram o comportamento, a forma de trabalhar e se reinventaram. 

Parece claro que o segredo ou o fracasso de uma sociedade ou de um indivíduo, esteja em saber a quais valores se apegar e quais substituir quando os tempos mudam. Esses tempos nunca mudaram tanto e continuarão mudando, com a certeza de que não voltaremos a ser e a fazer como era antes. Toda pandemia é portadora de mazelas, pobreza, desencantos e inúmeras adversidades. Mas, também traz oportunidades e esperanças novas com a criação de inúmeras soluções para resolver problemas dos mais diversos matizes. De qualquer modo, 2020 encaminhou para todos nós, um tempo de aprendizagem, de humildade e de reflexão.

Evidentemente, nem todos compreendem esses tempos. Entre nós, existem as contradições e os contraditórios. Enquanto há solidariedade, compreensão, ajuda, obediência e o exercício das melhores virtudes, há também a maledicência, o aproveitamento, a bandidagem e o exercício da degeneração moral em muitos dos seres humanos. Nessa contradição, quem pode se salvar? Não há dúvida: a história mostra ser vantajoso, a longo prazo, ser honesto, solidário, altruísta e viver virtuosamente. Por isso, é tempo de agradecer.

Mesmo com todas as dificuldades, o Natal de 2020 é um tempo de energia positiva. Que seja portadora de luz a todos e inspiradora de bondade e inteligência a todos nós. Inteligência para suportar os tolos e os promotores de problemas e bondade para fazer-nos cada vez mais honrados. 

Mesmo que nossos bons atos não sejam pagos, porque poucos dão aos outros o tratamento que merecem, é preferível fazer o bem. Mesmo nas traições, na inconstância e no logro rotineiro, é preferível fazer o bem e agradecer por tudo que somos, sobretudo pela vida. Feliz Natal!

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