Sol Urrutia

Primeira mulher comentarista política do grupo SCC SBT/SCC10. Jornalista especializada em gestão de comunicação pública e privada. Atua em comunicação política e eleitoral desde 2002.


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RODOVIAS

Aumentar e melhorar a malha viária em SC é mais do que urgente

Quase 60% dos acidentes com mortes no estado acontecem nas BR-101 e BR-282

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Debate em evento da Uvesc discutiu prioridades e ações para as rodovias federais | Foto: Jeferson Baldo – UVESC.
Debate em evento da Uvesc discutiu prioridades e ações para as rodovias federais | Foto: Jeferson Baldo – UVESC.

Não são poucos os desafios de Santa Catarina quando o assunto é a eficiência e segurança das rodovias federais. Questões jurídicas e políticas têm adiado nas últimas décadas soluções mais do que urgentes, não só para o escoamento da produção catarinense, mas principalmente para o bem-estar e segurança de quem trafega.

Dados divulgados recentemente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que as BR-101 e BR-282 concentraram, juntas, 59,3% das mortes em rodovias federais no estado em 2024.

A realidade e os desafios das rodovias federais em Santa Catarina, bem como as alternativas para melhorar a mobilidade, pautaram nesta quarta-feira, 19, um debate necessário entre representantes do poder público e setores da economia catarinense, durante evento promovido pela Federação das Câmaras de Vereadores (Uvesc), na Capital.

O secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper, a conselheira da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc), Mayara Schmidt, e o gerente executivo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Egídio Martorano, apresentaram dados, projeções e ações necessárias para amenizar o impacto da atual situação principalmente das BRs 101 e 282.

O governo federal, principal ator nesse processo, que foi convidado a participar, não enviou representante para o evento. Uma ausência sentida, que deixou perguntas sem respostas para uma plateia de mais de 500 legisladores municipais. Estado, indústria e o setor de transportes foram unânimes ao destacar que, mesmo se as soluções federais ocorrerem conforme as projeções prometidas, os avanços não serão suficientes.

Segundo Mayara Schmidt, dados do Observatório Fetrancesc em um horizonte projetado para 2047 apresenta um cenário preocupante na BR-101 Norte. Caso as obras e projetos previstos sejam implementados sem a inclusão de superestruturas viárias ou alternativas robustas, a operação da rodovia poderá ser inviabilizada devido à combinação do aumento populacional e do crescimento exponencial da frota veicular na região em análise.

“Vocês sabem qual será a velocidade média da BR-101 Norte em 2047? Se nada for feito, será em torno de 8,8 quilômetros por hora. Se as obras propostas forem feitas, será de 16 quilômetros por hora. Ou seja, independentemente da situação, poderemos levar até um dia inteiro para percorrer 200 quilômetros”, disse Mayara.

Desde novembro do ano passado, Santa Catarina aguarda que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) envie para o Tribunal de Contas da União (TCU) a relação das obras prioritárias elencadas em estudo da Federação das Indústrias (FIESC), com a participação do Fórum Parlamentar Catarinense. O que era para ser em fevereiro, ficou agora para abril.

O secretário Jerry Comper explicou durante o painel que o Estado vem trabalhando e priorizando os investimentos nas rodovias estaduais por meio do Programa Estrada Boa, considerado, segundo ele, o maior da história rodoviária catarinense. Por sua vez, o governo aposta na Via Mar, um corredor litorâneo paralelo à BR-101, entre o Contorno Viário, em Biguaçu, e Joinville.

Para manter a capacidade da rodovia BR-101 e níveis adequados de segurança até 2048, a FIESC destaca uma série de obras urgentes, como terceiras faixas, vias laterais, melhorias nos entroncamentos, dentre outras. O pedágio no modelo free flow também é apontado como uma forma de diminuir o congestionamento de veículos.

Com representação de todas as regiões do estado, os vereadores presentes apontaram as dores locais, comuns em um aspecto: além da preocupação econômica, a segurança dos catarinenses precisa ser priorizada. Para isso, as bandeiras partidárias precisam ficar em segundo plano. Não há mais como esperar por soluções que há anos aguardam efetividade.

Com a provável visita do presidente Lula (PT) no mês de abril, ressurge a expectativa de anúncios e repostas às perguntas que hoje ficaram no ar. Aumentar e melhorar a malha viária em SC é mais do que urgente.

O painel foi mediado pela colunista e pelo colega Anderson Silva.

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