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Varíola dos macacos

Antiviral contra varíola dos macacos será comprado pelo Brasil, afirma Queiroga

50 doses serão enviadas pela Organização Pan-Americana de Saúde à pacientes hospitalizados e em estado grave

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Imagem ilustrativa. Foto: Freepik
Imagem ilustrativa. Foto: Freepik

O ministro da saúde, Marcelo queiroga, confirmou nesta segunda-feita (1º) que o Brasil negocia a compra de cerca de 50 tratamentos do antiviral Tecovirimat, usado para tratar a varíola dos macacos. Ainda não há previsão de quando o medicamento chegará ao Brasil.

“O Ministério da Saúde vai adquirir um dos medicamentos antivirais que está sendo utilizado nesse primeiro momento. Será em parceria com a Organização Pan- Americana de Saúde. Serão cerca de 50 tratamentos justamente para casos mais graves, que são aqueles que têm maiores riscos”, destacou Queiroga.

O antiviral Tecovirimat é aprovado desde 2018 tanto para tratamento da varíola humana, quanto da dos macacos e a bovina, que é mais incomum. Um estudo de maio deste ano publicado na revista científica The Lancet demonstra que o uso do antiviral ameniza os sintomas da varíola dos macacos. 

A médica Ana Helena Germoglio, infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, explica que o medicamento age evitando que o vírus se prolifere e, segundo ela, é mais eficaz no início dos sintomas. “As pesquisas mostram que ele reduz a replicação viral, ou seja, a multiplicação do vírus. Se os vírus não conseguem se multiplicar, não conseguem infectar outras células e aí reduz a chance de o paciente evoluir para a forma grave. Então, a maior indicação dele é para o início da doença, principalmente para os pacientes que têm maior probabilidade de evoluírem para quadros graves, como infelizmente a gente viu aqui no Brasil”, avalia a médica. 

A infectologista ressalta ainda que, até pela quantidade a ser importada, poucos terão acesso, mas avalia que nesse primeiro momento isso não será um problema.

“Não é todo mundo que tem a indicação, por isso precisa de uma avaliação muito rápida e precisa, claro, o medicamento estar disponível. É indicado principalmente para quem tem uma chance maior de evoluir para formas graves da doença: imunossuprimidos e gestantes”, ressaltou.

A profissional destaca também que o tratamento para o restante da população deve ser de acordo com os sintomas que surgirem com o vírus. “É uma doença que tem uma evolução extensa, 3 a 4 semanas, e no decorrer dessa evolução o paciente pode ter várias queixas, normalmente início de febre, mal-estar, depois lesões pelo corpo e, dependendo do local onde a lesão acontece, o paciente pode se queixar de muitas dores, então se chama tratamento de suporte. Fazer o máximo para melhorar esse período de lesão do paciente”, explica.

A médica acrescenta que o fator que deixa a comunidade médica menos preocupada é que o vírus da varíola dos macacos não sofre mutações frequentes.

“O que nos deixa menos preocupado, diferentemente do vírus da covid, que é um vírus de RNA, esse vírus da varíola dos macacos, ele não tende a gerar muita mutação, formar muitas variantes. Então, a necessidade de uma corrida pela vacina também não é tão grande, até por que nós estamos com uma doença menos letal, mas claro que a gente precisa avançar na negociação de vacina. Porque cada vacina que a gente consegue reduzir ou um óbito ou um sofrimento do paciente, ela se torna muito importante”, afirma Ana Helena Germoglio.

Segundo o Ministério da Saúde 50 mil vacinas devem chegar ao Brasil no segundo semestre, uma remessa em setembro e outra em novembro. Mas devem ser destinadas somente a profissionais de saúde que cuidam de pacientes contaminados pela varíola dos macacos e que tenham tido contato com pessoas infectadas.

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